quinta-feira, 20 de junho de 2013

Duas Orações Pela Paz


 
 

A Dimensão Universal da Tradição Judaica

 

Carlos Cardoso Aveline


 

 

 

 

A sabedoria da tradição judaica é tão rica em ensinamentos profundos que, ao fazer uma comparação, o estudante poderá perceber o cristianismo como “uma religião demasiado jovem”.

 

Seria exagero pensar que o cristianismo é apenas uma cópia mal feita do judaísmo. A tradição cristã tem seus pontos altos. Entre eles estão os ensinamentos do Novo Testamento, de São Francisco de Assis, de São João da Cruz, de Teillard de Chardin e outros. Porém o judaísmo, muito mais antigo que o cristianismo, tem uma profundidade filosófica e mística sem par nas religiões ocidentais. 

 

A religião hebraica possui a vantagem cármica de ter sido sempre perseguida e não haver caído na lógica do poder centralizado, na lógica do aparelho de Estado, do Império e da burocracia ritualizada.  Por isso a filosofia esotérica tem mais pontos em comum com o  judaísmo do que com o cristianismo institucionalizado. Os 16 séculos de influência dogmatizante e autoritária do Vaticano não passaram em vão.

 

No entanto, mesmo ao abordar uma cultura purificada pelo sofrimento, como o judaísmo, deve-se tomar cuidado com as personificações do mundo divino.

 

A mística judaica  (assim como fez depois a cristã, ao imitá-la)  personifica a figura de um “Senhor”. Para evitar a ilusão antropomórfica, que leva ao dogmatismo, o  estudante de filosofia esotérica deve perceber que esta ideia é apenas um símbolo.  Não há um “Senhor” governando o cosmo. Existe a Lei Universal, impessoal e eterna, a Lei da Justiça e da harmonização constante, a lei do Carma.   A ideia de “Senhor” também simboliza o eu superior de cada ser humano, a fonte interna de paz.

  

Traduzo a seguir duas orações presentes em um velho livro de orações judaico, publicado nos Estados Unidos em 1953 pela Conferência de Rabinos Norte-Americanos. 

 

Para evitar a falsa noção de que só um povo é “o escolhido” pela lei universal, coloco na primeira oração as palavras “ou o país em que vivo”, entre colchetes, na altura em que o texto fala de Israel. A oração vale para qualquer povo e qualquer país. Seria desejável que os palestinos também rezassem assim, colocando apenas “Palestina” como o país de que trata a evocação.  

 

 

ORAÇÃO PELA PAZ

 

Dá-nos paz  -  o Teu mais precioso presente -  ó Tu, eterna fonte de  paz;  e permite que Israel [ou o país em que vivo] seja o teu mensageiro junto aos povos da terra.

 

Abençoa o nosso país para que ele possa ser um bastião da paz, e o seu defensor no conselho das nações.

 

Que o contentamento reine dentro de suas fronteiras, e saúde e felicidade  dentro das suas casas. 

 

Fortalece os laços de amizade e cooperação entre os habitantes de todas as terras.

 

Planta virtude em cada alma;  e que o amor ao Teu nome santifique cada casa e cada coração.

 

Que sejas homenageado, ó Senhor, fonte de paz.

 

 

A tradição hebraica gira em torno da ética aplicada, e não apenas em torno da crença em algum salvador externo.

 

A lei do carma - que recomenda plantar corretamente o bem para ter uma boa colheita - é parte central do judaísmo. 

 

Fica claro, para os judeus atentos, que a ética é a grande fonte central de paz.  No mesmo livro de orações, podemos encontrar a oração a seguir, em que o estudante evoca a Ética e aspira a agir corretamente, para obter a paz interior:

 

 

ORAÇÃO PELA ÉTICA

 

Faze, ó Senhor Nosso Deus, com que nos deitemos cada noite em paz, e despertemos a cada manhã com vida e forças renovadas.

 

Espalha sobre nós o tabernáculo da Tua paz.

 

Ajuda-nos a organizar nossas vidas de acordo com o Teu conselho, e leva-nos pelos caminhos da retidão.

 

Que Tu sejas um escudo ao nosso redor, protegendo-nos do ódio e da guerra, da pestilência e do sofrimento. 

 

Que Tu refreies também dentro de nós a inclinação a fazer o mal;  e protege-nos,  colocando-nos sob a sombra das Tuas asas. 

 

Protege as nossas idas e vindas, para que fiquemos com vida e em paz, no tempo presente e em todos os tempos.

 

Os cidadãos de todas as religiões e filosofias têm a ganhar se meditarem calmamente e com alguma regularidade sobre estas duas orações. [1] 

 

 

NOTA:

 

[1] As orações foram traduzidas do volume “Union Prayer Book for Jewish Worship”, Part I, Newly Revised Edition, The Central Conference of American Rabbis, Cincinnati, USA, 1953, 396 pp.  A primeira oração, que aqui chamamos de “Oração Pela Paz”, está na página 22. A segunda oração, que aqui chamamos de “Oração Pela Ética”, está à p. 56.

 

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Para ter acesso a um estudo diário da teosofia original, escreva a lutbr@terra.com.br  e pergunte como é possível acompanhar o trabalho do e-grupo SerAtento

 

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Artigo publicado originalmente em www.FilosofiaEsoterica.com .
 

terça-feira, 18 de junho de 2013

O Despertar do Gigante






 

O Brasil é um gigante, e está a despertar em seu berço esplêndido. Em junho de 2013, amplas mobilizações de rua em algumas das principais capitais brasileiras mostram que este país se ergue em direção ao futuro.

 

Do ponto de vista astrológico, até  2023, o mapa do céu não só convida a transformações profundas. Ele as torna inevitáveis.  O re-despertar ético dos cidadãos brasileiros em 2013 é uma prova viva de que nada é eterno. A injustiça social e a irresponsabilidade das elites sociais são pesadelos que passam, no momento em que um povo acorda  para a necessidade de ética  e de metas claras.

 

A teosofia ensina sobre a força do pensamento: não basta expressar revolta diante do crime organizado de setores da elite.  É necessário combater o crime e articular ao mesmo tempo a proposta ética construtiva.  É necessário mostrar uma certa moderação, para que o esforço seja durável. É oportuno usar conscientemente a força das ideias otimistas, porque não há nada mais poderoso do que uma visão saudável e realista de futuro.

 

A não-violência é a arma dos fortes. A verdadeira força se mostra pela perseverança lúcida que respeita os adversários da ética como seres humanos, enquanto destrói sem meias palavras a prática da corrupção e da injustiça que eles tentam promover.

 

Convidamos leitores e amigos a meditarem ativamente pelo bem da nação brasileira e a visualizarem o país como um território em que reinam a ética, a justiça e o respeito à Vida.  

 

Os cidadãos de boa vontade têm a seu dispor em www.FilosofiaEsoterica.com  e seus websites associados um grande número de textos que servem como  ferramentas sutis neste processo de despertar. Para examiná-los, basta clicar nas seções temáticas “Brasil, a Ética e a Construção do Amanhã”,  A Religião do Futuro”, ou “Transição Planetária e Civilização do Futuro”. 

 

 

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Leia também os textos “O Despertar da Alma Coletiva”, “O Brasil e a Força do Pensamento”, e “Meditando pelo Despertar do Brasil”.  Os três artigos estão disponíveis em www.FilosofiaEsoterica.com  .

 


 

 

 



 

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Artigo publicado originalmente em www.FilosofiaeEoterica.com .
 
 

sábado, 15 de junho de 2013

A Metafísica do Sanduíche



Teosofia Original Ensina Que o Trigo Veio de Vênus;

Lenda Carajá Diz o Mesmo Sobre Agricultura e Cereais




Carlos Cardoso Aveline  








As informações científicas disponíveis na primeira parte do século 21 parecem concordar com a ideia de que o trigo jamais foi encontrado como planta nativa em parte alguma do nosso planeta. O seu uso agrícola se confunde com a própria origem da civilização humana, cuja memória histórica não vai muito além de seis mil anos atrás.  


Pesquisas admitem que o material genético das várias espécies do trigo é bastante complexo, se comparado com a maior parte das espécies de plantas. Também se constata que, com o tempo, surgiram cruzamentos do trigo com outras espécies de plantas gramíneas. Daí, provavelmente, a sua diversidade atual.


Não há, em enciclopédias ou estudos conhecidos, uma informação que diga que o trigo é natural deste ou daquele país.  Mesmo nos registros mais antigos, o trigo já aparece como uma espécie vegetal “domesticada” e não como um “mato nativo”. Ele parece ter estado sempre ligado à agricultura.


Esta planta herbácea, da família das gramíneas, está presente nas lendas de quase todas as religiões, e elas lhe atribuem uma origem divina. Os fenícios agradecem pelo trigo às suas divindades; os hindus são gratos a Brahma. Para os gregos antigos, o trigo é um presente de Demeter, a deusa da agricultura, e para os romanos se trata de um presente da deusa Ceres: de “Ceres” vem o nome “cereal”.  Os muçulmanos e cristãos também afirmam que a origem do trigo é celeste.


A filosofia esotérica tem uma explicação mais elaborada para a origem divina do trigo. A obra “A Doutrina Secreta”, de Helena P. Blavatsky, foi escrita com base nos registros esotéricos da evolução do nosso planeta, que estão sob a guarda de sábios do Oriente.  Referindo-se a um momento decisivo da evolução terrestre e humana, esta obra clássica afirma o seguinte:


“Frutos e grãos, desconhecidos na Terra até aquele momento, foram trazidos pelos ‘Senhores da Sabedoria’ desde outros lokas [esferas], em benefício daqueles que governavam.” [1]


A frase diz respeito a Vênus, porque é de lá que vieram os “Senhores da Sabedoria”.  Pouco mais adiante, HPB menciona o fato de que o trigo jamais foi encontrado em estado silvestre em nosso planeta. E acrescenta:


“Todos os outros cereais tiveram as suas formas primogênitas localizadas em várias espécies de gramíneas silvestres, mas o trigo tem desafiado até agora os esforços dos botânicos que tentam conhecer sua origem. E devemos lembrar, a respeito, que este cereal era considerado sagrado pelos sacerdotes egípcios; o trigo era colocado inclusive junto às suas múmias, tendo sido encontrado em ataúdes milhares de anos depois.” [2]


Poucas linhas mais adiante, HPB lembra que no livro egípcio dos mortos a deusa Ísis afirma:


“Eu fui a primeira a revelar aos mortais os mistérios do trigo e dos cereais... Eu sou aquela que se ergue na constelação do cão (a estrela do cão)....”. 


HPB esclarece que a estrela  Sírio era chamada de estrela-cão.  E ainda hoje a astronomia define Sírio como uma grande estrela da Constelação do Cão Maior.


Blavatsky menciona em seguida o fato de que, segundo o I-Ching chinês, a agricultura surgiu graças “às instruções dadas aos seres humanos por espíritos celestes”. [3]


Deste modo, fica claro um fato básico. Cada vez que o cristianismo usa o pão como hóstia em seus rituais, ou cultua “o pão nosso de cada dia”, está obedecendo a uma antiga tradição pagã segundo a qual o trigo tem origem divina e extra-terrestre.  


Os diversos mitos ocidentais sobre a origem do trigo e a abordagem de “A Doutrina Secreta” são confirmados também pela mitologia dos índios brasileiros Carajás.   


Houve um tempo, durante a infância da humanidade - diz uma lenda - em que a nação dos Carajás não sabia fazer roça, nem plantar o milho cururu, nem ananás, nem mandioca.


A nação só vivia de frutas do mato, dos bichos terrestres que matava, e de peixe. Naquela época, conta-se que um casal vivia com suas duas filhas. Durante um anoitecer estrelado, a filha mais velha do casal olhou para Tahina-Can - Vênus, a “grande estrela” - e desejou fortemente viver com o planeta.   Ao ver isso, o pai da moça riu, e disse que ninguém poderia alcançar Tahina-Can. A estrela vespertina estava muito longe.  


O significado simbólico da passagem  é que a humanidade olha para o alto em busca de ajuda em sua evolução. Ela aspira a algo maior, mas, inicialmente, a ajuda parece impossível.  


À noite, quando todos dormiam - prossegue a lenda - um velho de idade avançada surgiu e apresentou-se à moça. Disse que era Tahina-Can, Vênus, e perguntou a ela se queria casar com ele. Surpresa, ela disse que não.  


“Você é velho e feio”, explicou.    


A velhice simboliza a sabedoria.


A forma externa decepcionante serviu para testar o discernimento da discípula e saber se ela podia ir além das aparências. A humanidade de Vênus é mais velha e mais sábia que a humanidade terrestre. Porém, em geral, quando a ajuda do alto finalmente vem para os humanos, aqueles que a pediram nem sempre estão dispostos a aceitá-la, porque ela não corresponde às expectativas criadas desde o ponto de vista da rotina e da  ignorância.


Neste caso específico, a ajuda vinda de Vênus pode ter sido rejeitada pelas sub-raças mais antigas da terceira raça-raiz, simbolizadas na lenda pela irmã mais velha.


Diante da reação da jovem, Tahina-Can começou a chorar. O choro de seres divinos simboliza não só a compaixão universal, mas também a irrigação, a purificação, a renovação da vida.  A história não acaba neste ponto, portanto.   Denakê, a filha mais moça do casal, tinha um coração especialmente bondoso. Ela compadeceu-se do velhinho. Ela  disse que se casaria com ele, e ficaram juntos.


A bondade de coração abre as portas da sabedoria.  O casamento entre o velho de Vênus e a filha mais nova do casal terrestre simboliza entre outras coisas a união alquímica entre o eu superior - velho porque imortal - e o eu inferior, que é novo porque, sendo mortal, nasce outra vez a cada encarnação.  


Conta e lenda que no dia seguinte, cedo pela manhã, o velho Tahina-Can, Vênus, foi trabalhar. Ele colheu sementes em um rio e criou a agricultura.  Ele deu ao povo da terra os grãos e os cereais, e passou a usar um corpo físico jovem, adaptado ao processo terrestre.  Assim se renovou o processo vital do nosso planeta. [4]


Esta lenda Carajá, do rio Araguaia, coincide com afirmativa feita em “A Doutrina Secreta”, de que as inteligências espirituais do planeta Vênus estão ligadas à invenção da agricultura e ao começo do uso do trigo em nosso planeta. 


A sabedoria deste planeta irmão deu apoio em vários momentos decisivos da evolução humana. Veio de Vênus o fogo da consciência, o princípio mental que nos faltava, muitas eras atrás. Quando olhamos Vênus a cada anoitecer, ou quando comemos uma simples  fatia de pão, vale a pena lembrar que a evolução terrestre não é um processo isolado. Nosso ambiente natural mais imediato é o sistema solar inteiro, e a dimensão cósmica e metafísica da vida está presente inclusive nos sanduíches nossos de cada dia.    


NOTAS:


[1] Ver “A Doutrina Secreta”, de Helena Blavatsky, na edição original em  inglês: “The Secret Doctrine”,  HPB,  Theosophy Co., Los Angeles,  volume dois, p. 373.


[2] “The Secret Doctrine”, obra citada, volume II, pp. 373-374.  


[3] “A Doutrina Secreta”, obra citada, volume III, p. 393.


[4] “Lendas do Índio Brasileiro”, organização de Alberto da Costa e Silva, terceira edição, Ediouro, RJ, 300 pp., ver pp. 293-296.


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Uma versão inicial do texto acima foi publicada, sem indicação do nome do autor, em “O Teosofista” de março de 2010, sob o título “A Teosofia e o Pão Nosso de Cada Dia”.


Veja a tradução passo a passo da edição original de “A Doutrina Secreta”. Ela pode ser localizada através da Lista de Textos Por Ordem Alfabética no website www.FilosofiaEsoterica.com .




 


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quarta-feira, 12 de junho de 2013

O Despertar da Vontade

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A Força Criadora Produz Magnetismo Positivo
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Carlos Cardoso Aveline
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A motivação nobre indica a direção correta
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A curta nota a seguir foi publicada
pela primeira vez, sem indicação de
nome de autor, na edição de agosto de
2011 do boletim eletrônico “O Teosofista”.
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A vontade é um fator ativo, é criadora, e tende a surgir do eu superior, ou alma espiritual. O desejo, porém, surge predominantemente do eu inferior, é inerte, e não consegue agir de modo construtivo.
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A alma ganha magnetismo através do desenvolvimento da vontade. A verdadeira alquimia consiste em desenvolver simultaneamente o discernimento, a vontade, e a sabedoria. Neste processo, o sofrimento é um mestre indesejável, mas necessário.
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Eliphas Levi escreveu:
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“O príncipe Sakiamuni, conhecido como Buddha, disse que todos os tormentos da Alma Humana surgem do medo ou do desejo; e ele concluiu com duas frases que podem ser expressas deste modo: ‘Não deseje, pois, coisa alguma, nem mesmo a Justiça; espere, porque cedo ou tarde o céu irá estabelecê-la. O Nirvana não é aniquilação: ele é, na Ordem da Natureza, a grande pacificação’.”
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Para Eliphas Levi, “querer sem medo e sem desejo é o segredo da vontade Onipotente”. [1] Aquele que nada deseja, é rico. Quem não teme coisa alguma está livre. Aquele que só quer o que é correto, é feliz.
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Mas a Vontade só vence quando é ampla, e ela só é ampla quando é elevada. A vontade elevada é universal e altruísta, porque surge do eu superior ou alma espiritual. A verdadeira vontade é vitoriosa por dois motivos: 1) Ela aponta para a direção certa; e 2) Ela sabe esperar.

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NOTA:
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[1] “The Paradoxes of the Highest Science”, Eliphas Levi, TPH, Adyar, India, 1922, 172 pp., ver p. 88. A obra tem edição brasileira. Trata-se de “Os Paradoxos da Sabedoria Oculta”, da Editora Pensamento.
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Artigo publicado originalmente em www.Filosofiaesoterica.com .
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Boletim O TEOSOFISTA junho 2013

Prezados Amigos,

Estamos distribuindo em nome de  www.FilosofiaEsoterica.com  e  websites associados, o Boletim O TEOSOFISTA de Junho de 2013.

A edição abre com um texto intitulado “O Poder de Abençoar: A Antiga Arte de Estimular o Melhor nos Outros.”

Em seguida temos um fragmento sobre o sono e os sonhos,  e dois poemas filosóficos de Hermes Fontes: “Mestre Silêncio” e “A Primeira Árvore”. 

Um dos destaques é o artigo “Quando os Conflitos Desaparecem”, de Regina Maria Pimentel de Caux:  a prática da sinceridade traz ordem, progresso e vitória.  A edição inclui trechos ilustrados de ensinamentos teosóficos, sobre temas como a relação entre Ação Correta e Felicidade, o Compromisso Sagrado e a importância de viver cada momento de modo adequado.  

O TEOSOFISTA  de Junho pode ser lido diretamente no EspiritBook através do link:

e nos websites www.FilosofiaEsoterica.com  www.TeosofiaOriginal.com  e www.VislumbresDaOutraMargem.com através de um destes links: 




A reprodução de “O TEOSOFISTA” é livre, uma vez que seja feita na íntegra e que seja citado o website de onde for retirado.

Convidamos nossos leitores a visitarem nossas páginas no Facebook,FilosofiaEsoterica.com  TheosophyOnline.com.

Os interessados em um estudo diário da filosofia esotérica original devem escrever a lutbr@terra.com.br , perguntando como é possível acompanhar o trabalho do e-grupo  SerAtento.   

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Fraternalmente,


Os Editores.

sábado, 8 de junho de 2013

Três Princípios Fundamentais da Ética

www.FilosofiaEsoterica.com



A Filosofia Esotérica na Vida Diária
 

The Theosophical Movement 
 
 
“Nem todos podem ser ocultistas, mas todos podem
ser teosofistas. Muitos que nunca ouviram falar da
Sociedade são teosofistas sem que  eles próprios saibam
disso; porque a essência da Teosofia está na perfeita
harmonização do divino e do humano no homem, no
ajustamento das suas qualidades e aspirações divinas, e no
seu domínio sobre as suas paixões terrestres ou animais.
Amabilidade, ausência de todo sentimento negativo ou
egoísmo, caridade, boa vontade para com todos os seres,
e uma perfeita justiça em relação aos outros como em
relação a  si mesmo, são as suas principais características.
Aquele que ensina Teosofia prega o evangelho da boa
vontade; e a recíproca também é verdadeira ― aquele
que prega o evangelho da boa vontade ensina Teosofia.”
 
H.P. Blavatsky
 
 
 
Há grande quantidade de confusão e equívocos na mente pública em relação à influência benéfica da teosofia.  Seria errado julgar e condenar a grande filosofia por causa das limitações e fraquezas dos seus estudantes e seguidores. Depreciar os ensinamentos de Buda porque  budistas que fizeram votos solenes não estão vivendo de acordo com o Panchasila seria uma injustiça para com o Instrutor e os seus puros ensinamentos.  Do mesmo modo, os teosofistas, sendo humanos, frequentemente deixam de viver à  altura dos seus  altos ideais, os elevados princípios e nobres preceitos da teosofia; além disso, eles erram de muitas maneiras; mas isso não deveria impedir uma mente que ame a justiça de examinar e aceitar a teosofia, por seus méritos próprios.
 
Se alguém deseja verificar o que são as doutrinas puras e autênticas de Jesus, deve ir, não até os sacerdotes e prelados de qualquer igreja, mas ao Sermão da Montanha e a seus outros ditos autênticos. Do mesmo modo, se alguém deseja descobrir o que é de fato a teosofia,  deve não apenas ler e escutar aqueles que se chamam teosofistas, mas deve ler o que a Instrutora de teosofia ensinou. Que o pesquisador que busca a verdade, e aquele que está em dúvida e ama a justiça, vão diretamente aos escritos de H. P. Blavatsky; que eles leiam a apresentação simples e direta dada por ela no livro “A Chave Para a Teosofia”, por exemplo.
 
Já no seu primeiro livro, “Ísis Sem Véu” (volume II, p. 124 na edição da Theosophy Co.), a sra. Blavatsky deu três proposições que constituem a base e o alicerce da vida teosófica:
 
(1) Tudo o que existe, existe devido a causas naturais.
 
(2) A virtude produz sua própria recompensa, e o vício e o pecado produzem sua própria punição.
 
(3) A situação do ser humano neste mundo é probatória.
 
Qualquer um que tenha o desejo de viver a vida da Alma encontrará nestas três proposições tudo o que é necessário. Sem dúvida, ele necessitará de mais conhecimento para compreender as suas implicações, mas, como um ponto de partida, e como um alicerce saudável para a vida diária, qualquer pessoa descobrirá que estas três proposições têm grande valor prático.  Como escreveu a própria sra. Blavatsky:
 
“Nós poderíamos acrescentar que estes três princípios dão a base universal de todas as crenças religiosas: Deus, e a imortalidade individual de cada homem ― se ele puder alcançá-la. Por mais complexas que sejam as  questões teológicas que se seguem; por mais que sejam aparentemente incompreensíveis as abstrações metafisicas que têm convulsionado a teologia de cada uma das grandes religiões da humanidade, tão logo ela foi posta em uma situação estável, o que foi dito acima é considerado a essência de todas as filosofias religiosas, com a exceção do cristianismo mais recente.  É assim em relação a Zoroastro, Pitágoras, Platão, Jesus, e mesmo em relação a Moisés, embora os ensinamentos do legislador judaico tenham sido tão piedosamente falsificados.”
 
Estas três proposições podem ser examinadas brevemente:
 
(1) Tudo o que existe, existe devido a causas naturais.
 
Essa afirmativa pode ser aceita com facilidade por todos, nesta era em que a ciência moderna é tão amplamente adorada, porque ela apenas amplia o axioma científico de que a lei governa todo o universo. A ciência moderna afirma que a lei e a ordem dominam por toda parte na natureza fisica ― no pó sob os nossos pés e nas estrelas sobre as nossas cabeças. A teosofia ou ciência antiga aceita este ensinamento, mas o amplia para o universo invisível.  As condições morais e mentais também são governadas pela Lei, e há um ritmo, uma harmonia e uma ordem de Justiça no reino do pensamento, da vontade e do sentimento humanos. Em outras palavras, não há milagre e tudo que ocorre é resultado da Lei  ― eterna, imutável, sempre ativa. Os  chamados milagres são apenas resultados da operação de leis naturais que ainda não são conhecidas no mundo da percepção convencional; mas tais leis eram e são conhecidas, e o seu funcionamento pode ser teoricamente compreendido e praticamente usado, assim como o cientista moderno usa a lei da gravidade, etc.
 
A partir desse reconhecimento de todo o universo como algo que se manifesta e existe de acordo com a Lei, os homens e as mulheres têm que admitir que o seu próprio amor e trabalho, seus próprios sentimentos e pensamentos, seus próprios relacionamentos com os outros, são também governados pela Lei.  E isso nos leva à segunda proposição:

(2) A virtude produz sua própria recompensa, e o vício e o pecado produzem sua própria punição.
 
Nossa maior dificuldade,  quando passamos por sofrimento nós mesmos, ou quando vemos os sofrimentos de outros, é explicar as razões. A explicação religiosa de que os vícios, as fraquezas, as doenças e os males de todos tipos são criados por Deus é uma doutrina extremamente destituída de sentido, deprimente,  e desrespeitosa em relação ao que é sagrado. Como é absurda a idéia de um Deus todo-poderoso criando fraquezas, um Deus totalmente sábio criando ignorância,  um Deus que a tudo ama criando ódio, um Deus que sempre vive e é imortal criando doença e morte!  Nem mesmo a justiça dos  homens condena uma pessoa sem julgamento pelos crimes que cometeu, mas um Deus de justiça infinita coloca agonia nos corpos de crianças que não tiveram sequer uma oportunidade de cometer algum erro! Muitos jogos de palavras são apresentados como possíveis explicações, mas nenhum deles  satisfará nossas mentes inteligentes, se persistirmos em nossa investigação, e nenhum deles trará alívio a nossos corações perturbados por uma centena de aflições. Existe uma só explicação possível, e ela é encontrada na Lei do Carma e da Causação Ética, que está expressa pela nossa segunda proposição  ― “A virtude produz sua própria recompensa, e o vício e o pecado produzem sua própria punição”.  Esta lei ensina que cada um de nós deve pagar suas próprias dívidas; que as mãos que batem em nós são nossas próprias mãos; e que nós colhemos tudo o que nós plantamos.

Ela não conhece raiva ou perdão; totalmente verdadeira,
As suas medidas medem, a sua balança impecável pesa;
O tempo é como um nada; ela julgará amanhã,
Ou depois de muitos dias.

Com sua faca, o matador apunhalou a si mesmo;
O injusto perdeu o seu próprio defensor;
A língua que mente se condena por sua mentira;
Por ela o ladrão que se esquiva  e o saqueador se rendem.

Mas ainda assim, em última análise, ainda não fica claro por que estamos aqui e qual é o propósito da vida. O enigma e o quebra-cabeças da vida são resolvidos quando acrescentamos à Lei do Carma ou da Justiça a nossa terceira proposição:

(3) A situação do ser humano neste mundo é probatória.

Todos repetem  que este mundo é uma escola e que cada um de nós está aqui para aprender as lições da vida, para conhecer a si mesmo como realmente é, unido a este universo em que o bem e o mal, a luz e a escuridão, continuamente se  alternam. Será isso sempre assim no futuro? Iremos acordar apenas para ir dormir e para acordar outra vez , sempre e indefinidamente?  A resposta da teosofia é simples, auto-evidente, e verdadeira:
“Quando a lição é  aprendida, a necessidade cessa”.

Quando percebemos e compreendemos o objetivo da vida, quando todas as lições da vida são aprendidas, a Liberdade e a Iluminação da Alma são alcançadas.  A vida neste mundo é probatória ― nós estamos em teste; os prazeres nos tentam e as dores nos testam; quando as tentações são resistidas e vencidas, e os testes são enfrentados e vencidos, a Alma experimenta a bem-aventurança, Ananda, da sua própria divindade e sua própria imortalidade.

A Liberdade da Alma surge da Iluminação da Alma; portanto, nós necessitamos saber como  libertar-nos de todo tipo de escravidão, limitação e fraqueza.  A teosofia é a ciência  que nos capacita para alcançar essa iluminação e para compreender esta liberdade ― fazendo-nos ficar firmes sobre nossos próprios pés, respirar o ar da liberdade e aceitar a responsabilidade por nossos próprios atos. 

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Título original do texto: “Theosophy in Daily Life”.  Traduzido da revista mensal “The Theosophical Movement”, Mumbai, Índia, edição de Fevereiro de 2006, pp. 131-134.

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Artigo publicado originalmente em www.FilosofiaEsoterica.com .