Robert Crosbie escreveu que “as ideias governam as ações”.[1]
De fato, o que um indivíduo pensa possui uma importância extraordinária em sua vida, conforme mostra o capítulo primeiro do clássico budista “Dhammapada”.[2] As ideias que habitam nossa mente nos influenciam de muitos modos, e podemos ler numa edição antiga da revista “Theosophy”:
“Todas as ideias elevadas estão carregadas de poder magnético cujo efeito é curativo.”[3]
As ideias geralmente são coisas estáveis, porque se tornam hábitos. Elas mudam mais na aparência do que na realidade. As ideias que temos da vida, das coisas, das pessoas e de nós mesmos definem o rumo geral das nossas ações. Isso ocorre inclusive subconscientemente, porque a influência das ideias ocorre de modo amplamente desapercebido.
Com frequência adotamos ideias sem examinar a sua origem e sem submetê-las a um exame crítico. Isso constitui uma forma de sonambulismo desperto. A vida em “vigília” pode ser uma espécie de sonambulismo a que chamamos de “rotina”. Aquele que acorda e passa a governar de fato suas próprias ideias consegue determinar o rumo geral das ações e da vida. Rodeando-se de ideias universais e elevadas e mantendo ao mesmo tempo um contato consciente com o chão, isto é, tendo uma base firme de desapego em relação às coisas materiais, o estudante pode trilhar com bom senso o Caminho do autoconhecimento.
A tarefa certamente não é fácil. Porém, segundo a filosofia oriental, não há outra coisa a fazer.
NOTAS:
[1] “A Book of Quotations from Robert Crosbie”, Theosophy Co., Mumbai, India, p. 43.
[2] Obra publicada na íntegra:
[3] Artigo “The Magnetism of Ideas”, publicado na revista “Theosophy”, da “Theosophy Co.”, Los Angeles, em julho de 1954, ver pp. 399 e 400.
Boletim O TEOSOFISTA, Novembro de 2010
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