quarta-feira, 15 de agosto de 2012

O Que Significa a Palavra "Ciência"



Um Trecho da Obra Clássica “Luz no Caminho”

[ “O Teosofista” começou a tradução seriada de “Luz no Caminho” em sua edição de agosto de 2011. O trecho a seguir está nas pp. 30-34 da edição original em inglês de “Light on the Path”, M. C., Theosophy Company, Los Angeles. Nele prossegue o comentário sobre o primeiro Aforismo da obra. ] 

Sei bem do fato de que já os primeiros aforismos de “Luz no Caminho”, incluídos sob o Número I, permaneceram com o seu significado interno selado para muitos que em outros aspectos compreenderam o propósito do livro.

Há quatro verdades seguras e comprovadas com relação ao ingresso no ocultismo. Os Portões Dourados barram o limiar; no entanto, alguns passam pelos portões e descobrem o que é sublime, ilimitado e está mais além. Nos longínquos espaços do Tempo, todos passarão por aqueles portões. Mas eu gostaria que o Tempo, o grande enganador, não fosse tão dominante. Para aqueles que o conhecem e o amam, nada tenho a dizer. Aos outros - que não são tão poucos quanto se pode pensar -, para quem a passagem do Tempo é como o golpe de um martelo e o sentido de Espaço é como as barras de uma jaula de ferro, eu irei traduzir e re-traduzir até que possam compreender completamente.

As quatro verdades escritas na primeira página de “Luz no Caminho” se referem ao teste da iniciação do candidato a ocultista. Enquanto não passar pelo teste, ele não pode chegar sequer à fechadura do portão que dá acesso ao conhecimento. O conhecimento é a maior herança do ser humano; por que, então, ele não deveria tentar obtê-lo através de todos os caminhos? O laboratório não é o único local em que se pode fazer experimentos; devemos lembrar que a palavra ciência deriva de sciens, particípio presente de scire, “conhecer”. A sua origem é parecida à origem da palavra “discernir”, “reconhecer”. A ciência, portanto, não lida apenas com o que é matéria, nem sequer nas suas formas mais sutis e obscuras. Uma ideia como essa nasce da mentalidade superficial dos tempos atuais. “Ciência” é uma palavra que abrange todas as formas de conhecimento. É extremamente interessante saber das descobertas da Química, e ver como elas abrem caminho através do aspecto denso da matéria em direção às suas formas mais finas; mas há outros tipos diferentes de conhecimento, e nem todos os pesquisadores restringem o seu desejo estritamente científico de obter conhecimento a experimentos que podem ser testados diante dos sentidos físicos.

Todo aquele que tem um pouco de inteligência e não foi reduzido à condição de idiota por algum vício dominante já tem a impressão, ou talvez tenha percebido com alguma certeza, que há sentidos mais sutis presentes nos sentidos físicos. Não há nada de extraordinário nisso. Se nos déssemos ao trabalho de ouvir o testemunho da Natureza, saberíamos que tudo o que é perceptível para a vista comum tem algo ainda mais importante escondido dentro de si. O microscópio abriu todo um mundo para nós, mas dentro das estruturas que o microscópio revela, há um mistério que máquina alguma pode sondar.

O mundo inteiro é animado e iluminado, até nas suas formas mais materiais, por um mundo que há em seu interior. Este mundo interno é chamado de “astral” por algumas pessoas, e esta é uma palavra tão boa quanto qualquer outra, embora signifique simplesmente “estelar”; mas as estrelas, como Locke assinalou, são corpos luminosos que irradiam luz de si mesmos. Esta qualidade é característica da vida que existe dentro da matéria; porque aqueles que a veem não necessitam de lâmpadas para enxergar. A palavra inglesa “star” (estrela), além disso, é derivada do verbo anglo-saxão “stir-an”, conduzir, mover; e sem dúvida é esta vida interna que domina a vida externa, assim como o cérebro de um ser humano guia os movimentos dos seus lábios. De modo que embora a palavra “Astral” não seja em si mesma excelente, posso usá-la sem problemas para alcançar meu objetivo atual.

Toda a obra “Luz no Caminho” está escrita em uma linguagem cifrada de símbolos astrais, e, portanto, só pode ser decifrada por alguém que lê astralmente. E o seu ensinamento tem como meta principal o desenvolvimento da vida astral. Enquanto não for dado o primeiro passo neste sentido, o conhecimento rápido que é chamado de intuição segura continua sendo impossível para o ser humano. E esta intuição segura e positiva é a única forma de conhecimento que capacita o ser humano a trabalhar rapidamente ou alcançar o seu estado verdadeiro e elevado, dentro dos limites do seu esforço consciente. Obter conhecimento através de experimentos é um método muito tedioso para aqueles que aspiram por realizar um real trabalho; quem obtém conhecimento através da intuição segura conquista o conhecimento, em suas várias formas, com suprema rapidez, através de um intenso esforço de vontade, assim como um operário pega suas ferramentas sem pensar no peso delas ou em qualquer outra dificuldade. Ele não perde tempo testando cada ferramenta; ele usa aquela que lhe parece adequada.

Todas as regras contidas em “Luz no Caminho” estão escritas para todos os discípulos, mas só para os discípulos, isto é, aqueles que “obtêm conhecimento”. As leis desta escola não têm qualquer utilidade ou interesse para ninguém - exceto os seus alunos.

A todos aqueles que estão seriamente interessados em Ocultismo, eu digo, em primeiro lugar: “obtenham conhecimento”. A aquele que tem, lhe será dado. É inútil esperar pelo conhecimento. O círculo do Tempo se fechará diante de você e em tempos futuros você ficará sem poder nascer e sem força. Digo, portanto, aos que têm fome ou sede de conhecimento: “prestem atenção a estas regras”.  

[ A tradução continuará. As partes anteriores de “Luz no Caminho” podem ser vistas nas edições deste boletim que vão de agosto de 2011 a abril de 2012, e estão na seção temática chamada “O TEOSOFISTA”, no website www.FilosofiaEsoterica.com. ]

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