Vencer a Rotina Mecânica Gera um Magnetismo Positivo
Carlos Cardoso Aveline
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O texto a seguir foi
publicado pela primeira vez
de modo anônimo na edição de
dezembro de 2009 de “O Teosofista”.
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Há nos cidadãos modernos um
déficit de vontade individual. É provável que nenhum indivíduo do mundo atual
escape inteiramente deste aspecto do carma coletivo.
Os
fatores determinantes desse problema são vários. A política econômica dominante
busca transformar o indivíduo em um consumidor passivo e destituído de força
própria. A política teológica das igrejas trata de transformá-lo em um crente
cego e igualmente sem vontade. Para a mídia, ele é um mero consumidor de
informações e de entretenimento. A medicina atual o transforma em um comprador
de remédios e alguém que se submete a este ou aquele tratamento, ao invés de
ensinar-lhe desde o início a ter uma vida saudável e a produzir e preservar o
seu próprio bem-estar e sua saúde. Tudo isso alimenta a preguiça mental e
emocional.
Quando se
tem a intenção de vencer o variado processo de coisificação da vida humana, é
necessário fazer um esforço definido. Despertar interiormente significa ir
contra a corrente comum que avança águas abaixo. O ato de romper a rotina
automática da vida faz com que o indivíduo crie uma força de vontade firme e
produza um magnetismo próprio. O teosofista pode romper a rotina, por exemplo,
ao dedicar todos os dias um determinado tempo da sua vida a conhecer melhor o
que é eterno.
Um estudo
regular de filosofia, e uma meditação diária em um canto da casa que seja
reservado para isso, são práticas que fortalecem a vontade através da
autodisciplina. Mas é preciso lembrar que o progresso espiritual nunca é algo
assegurado. Mesmo que alguém já tenha vários anos de prática, cada dia será
sempre, de certo modo, o primeiro dia de esforço. A experiência acumulada não é
garantia de coisa alguma. A vigilância é sempre igualmente necessária. Ninguém
está acima de testes.
Quanto
mais se avança, mais duras, mais sagradas - e mais decisivas - são algumas
provações. O pior engano que alguém pode fazer consigo mesmo é convencer-se de
que “já conhece” o caminho espiritual. Esta ilusão impede a pessoa de querer
aprender, e ser aprendiz é uma condição indispensável para que haja progresso.
Ser
verdadeiramente sábio significa estar livre da roda de reencarnações e é uma
condição que está além da etapa atual de desenvolvimento humano. Entre os
indivíduos que convivem com nossa humanidade, os maiores sábios são apenas
discípulos da sabedoria eterna. Mas eles aprenderam algo decisivo. Eles
aprenderam a aprender.
Para
todos, o caminho precisa ser reinventado e reavaliado a cada dia e não há
nada mais elevado do que ser aprendiz. A cada nova descoberta, o desapego é
testado. O caminho não cessa de surpreender o caminhante. Será possível soltar
as velhas ilusões para, com as mãos livres, agarrar as percepções renovadoras
que surgem a cada momento? O indivíduo pode disciplinar-se? Pode calar a
agitação e ouvir a voz do silêncio - que produz a paz? Ele consegue recolher-se
a um canto todos os dias, “parar o mundo externo”, desligar-se, e instalar-se
no Templo Interior da sua própria consciência? Na medida em que fizer isso,
passará a viver mais plenamente.
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Publicado originalmente em www.Filosofiaesoterica.com
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